quinta-feira, 23 de agosto de 2012
CEM ANOS DE NELSON RODRIGUES (O ESCRITOR MALDITO)
No dia 23 de Agosto de 1912, nascia em Recife, capital do estado de Pernambuco, o mais importante escritor, que já foi jornalista e dramaturgo brasileiro. Nelson Falcão Rodrigues, ou simplesmente Nelson Rodrigues. Quinto filho de quartoze irmãos do jornalista, que também já fez carreira politica, sendo eleito Deputado Federal, Mário Rodriguês(1885-1930), conhecido pelo rótulo de "O Escritor Maldito", pela maneira como escrevia suas obras, descrevendo a face oculta de cada um de nós, com os caráters dúbios das pessoas, suas obssessões, seus transtornos, seus cinismos, suas hipocrisias, seus falsos moralismos, de uma maneira quase a brincar de psicologo, e utilizando-se do erotismo para explorar sobre temas delicados como o adultério, ou mesmo sobre situações trágicas, inspirado nos textos policiais dos quais escreveu para o jornal "A Manhã". Mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital federal do Brasil em 1916. Foi lá que construiu sua carreira no jornalismo, e também na dramaturgia. Começou trabalhando no jornal A Manhã, de propriedade de seu pai. Sendo repórter policial durante longos anos, responsavel por lhe inspirar grandes peças de teatro com alto teor denso. Sua peça de estréia foi "A Mulher sem Pecado". Mas foi com "Vestido de Noiva", que ele conseguiu angariar um imenso sucesso de critica, pela maneira como renovou a linguagem teatral, que o transformou num grande representante da novo formato do teatro brasileiro, apesar delas serem estigmatizada e tachadas de imorais e obscenas, o que criou o rótulado de "O Escritor Maldito". A partir de 1962, começa a escrever crônicas esportivas, onde deixava transparecer sua paixão por futebol.
Muitas de suas obras,já ganharam diferentes adaptações para cinema e televisão, como por exemplo A Vida Como ela é... uma série de 40 episódios, inspirados numa série de crônicas que ele escreveu no jornal "Última Hora", entre os anos 1950 que ganhou uma adaptação televisiva produzida pela Rede Globo em 1996, que inclusive recentemente vi um anuncio na televisão do relançamento da série em DVD, em comemoração ao centenário do autor.
Além de ter escrito para o jornal "A Manhã", também escreveu para "O Globo", e o "Diários Associados". Na sua vida pessoal Nelson foi casado três vezes, a primeira com Elza Bretanha, sua colega de redação, com quem se casou em 1940, e que duraria 30 anos, e quando separou de Elza, casou com Lúcia Lima Cruz, do fruto dessa união tiveram Daniela, que nasceu com sérios problemas mentais, e depois desta casou com Helena Maria. Nos últimos anos de sua vida, mesmo já sendo consagrado como jornalista e dramaturgo, além de sua vida pessoal não ir as mil maravilhas como essas séries de separações da qual passou, também viveu o drama de ver seu filho Nelsinho, virar um guerrilheiro no combate ao Regime Militar, do qual ele tina uma posição favorável, e para piorar, o seu estado de saúde não era dos melhores, vinha ficando bastante fragilizado em decorrência de problemas gastroenterologicos e também cardíacos. Que o levaria a falecer numa manhã de domingo, 21 de Dezembro de 1980, de complicações cardíacas e respiratórias, aos 68 anos de idade, e deixando uma vastas obras que mesmo quem ame ou odeie, o aprecia e respeita sua genialidade para escrever a realidade torturante e densa de cada um de nós.
FRASES RODRIGUIANAS:
"O Brasileiro é um feriado".
"O Brasil é um elefante geográfico. Falta-lhe, porém, um rajá, isto é, um lider que o monte".
"Sou a maior velhice da América Latina. Já me confessei uma múmia, com todos os achaques da múmia".
"Toda oração é linda. Duas mãos postas são sempre tocantes ainda que rezem pelo vampiro de Dusseldorf".
"O grande acontecimento do século foi a ascenção espantosa e fulminante do idiota".
"Sou o menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou(e sempre fui) um anjo pornográfico( desde menino)".
"Na vida, é importante fracassar".
"Daqui a duzentos anos, os historiadores vão chamar este final de século de "a mais cínica das épocas". O cinismo escorre por toda a parte, como a água das paredes infiltradas".
"Sexo é para operário".
"O dinheiro compra até amor sincero".
"O Socialismo ficará como um pesadelo humoristico da História".
"Todas as vaias são boas, inclusive as más".
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