quinta-feira, 26 de abril de 2012

A VILA E V E V DE VINGANÇA: DOIS FILMES REFLEXIVOS PARTE 2

“V DE VINGANÇA” E A IDÉIA DA AUTOCRACIA. Quanto à trama de V de Vingança, filme lançando em 2006, que assim como “A Vila”, eu também só havia assistido apenas uma vez, e essa única vez da qual assisti esse filme foi nos cinemas. Um filme também do gênero suspense, dirigido por James McTeigue e produzido por Joel Silver e também pelos Andy e Larry Wachowski, também responsáveis por terem escrito o roteiro do filme, os mesmos que lançaram a trilogia cibernética de Matrix(a primeira lançada em 1999, e a segunda Matrix Reoleaded e a terceira Matrix Revolutions foram ambas lançadas em 2003.) Numa adaptação do herói de quadrinho homônimo lançado na Inglaterra na década de 1980, de autoria de David Lloyd e Alan Moore, cujo nome desse último não aparece creditado pelo fato da adaptação de sua obra ter sido feita sem sua autorização. O filme conta no elenco com Hugo Weaving, no papel de V, cujo rosto em nenhum momento aparece, pois está escondido através de uma máscara de Guy Fawkes, e que pela segunda vez trabalha num filme produzido pelos Irmãos Wachowski, o anterior onde Hugo Weaving havia trabalhado destes fora na trilogia de Matrix, onde fez o papel do vilão-mor da trama, o Agente Smith, perseguidor do Neo(papel de Keanu Reeves), e com Natalie Portman, que no ano passado ganhou o Oscar de melhor atriz pelo filme “Cisne Negro”, interpretando o papel da Evey Hammond, uma funcionária de um canal de televisão, que será uma coadjuvante que simbolizará uma espécie de paixão platônica do herói. A história do filme gira torno de um aspecto politicamente critico, ao idealizar um mundo futurista, onde é regido por um regime autocrático totalitarista, onde inspirados nas ideias nazifascistas, o líder é o que tem o poder absoluto, com controle rígido a vida do cidadão, e com práticas violentas contra as camadas sociais das quais ele consideram como os subversivos. Uma interessante abordagem da qual eu já feito com os dois “A ONDA”. Sobre a minha colocação de futurista, deixe primeiramente esclarecer que a visão de futuro que o filme mostra, não tem nada a ver com aquela ideia de carros voadores, ou mesmo mostrando robôs interagindo com humanos, e sendo tratados por eles como se fosse um bichinho de estimação, como muito filmes com temáticas assim já haviam como por exemplo: a clássica obra-prima do cinema alemão “Metropólis”(1927) de Fritz Lang, ou mesmo “A.I-Inteligencia Artificial”(2001) de Steven Spielberg, ou mesmo outra também de Spielberg “Minority Report-A Nova Lei”(2002), “O Vingador do Futuro”(1989), dirigido por Paul Verhoeven, inspirado num livro de Philip K. Dick, ou quem “Eu, Robô”(2004), dirigido por Alex Proyas, inspirado numa obra de Isaac Asimov, ou mesmo na clássica série animada da Hanna-Barbera dos Jetsons. A visão de futuro retratada em V de Vingança, nos mostra uma ideia um pouco mais próxima da nossa realidade, sem nada desses artifícios dos quais contei. A história do filme começa com um prólogo narrando e reconstituindo sobre o importante evento histórico ocorrido na Inglaterra no dia 05 de Novembro de 1605, dia em que um soldado chamado Guy Fawkes tentou promover a Conspiração da Pólvora, uma tentativa de causar uma explosão no prédio do Parlamento. O curioso foi ter observado que nessa narrativa, havia momentos em que o narrador de uma maneira até parcial se pergunta, se questiona sobre quem seria realmente Guy Fawkes? Como era seu rosto? Como era sua voz? Em todo o momento onde ocorre a reconstituição sobre o acontecimento naquela importante data, a narradora chega a descrever que muitas vezes as pessoas só lembram das ideias sobre criadas por essa pessoa, mas nunca do homem por trás dela, em um momento da cena em que Guy Fawkes e condenado a forca, a narradora faz uma comparação entre as ideias, e os homens por trás delas, ela justifica que ao contrário de uma ideia, que ás vezes pode se tornar infalível, um homem que a cria pode até fracassar, ao ponto dele ser preso, morto e esquecido. No momento seguinte da narrativa, a narradora explica de forma até parcial sobre o conceito de uma ideia, que ela sempre, podem-se passar décadas, séculos, ou mesmo milênios de distancia, mas ela sempre vai sobreviver, ao contrário das pessoas que as criam, ou mesmo as defendem, e nesse momento a própria relata que chegou a ver pessoalmente muita gente morrendo, perdendo a vida defendo-as. No momento da cena do enforcamento de Guy Fawkes, a narradora termina o prólogo fazendo o seguinte questionamento a respeito do abstracionismo de uma ideia, como ela pode não ser concreta dependo da situação: “Mas você não pode beijar uma ideia. Você não pode toca-la ou abraça-la. Ideias não sangram não dor, não amam. Não é de uma ideia que eu sinto falta. É de um homem.” A narradora termina o prólogo, explicando que foi através desse homem, que foi responsável por fazê-la lembrar do 5 de Novembro, a importante desse acontecimento na história política inglesa, será o elo para no momento da presente realidade inglesa, regida sob um regime totalitário, e completamente esquecida da data desse momento acabará se recordando através de um misterioso paladino mascarado. Depois desse prólogo, o filme vai sendo desenvolvido a partir do momento presente, mostrando uma Londres sendo regida pelo governo autocrático do Chanceler Adam Sutler( Adam Sutller), é durante uma noite em que toda a população inglesa assisti pela TV, o discurso de Lewis Prothero(Roger Allan), o homem mais importante do Governo, também definido como “ A Voz de Londres”, fazendo seu diário discurso de cunho autoritário, fundamentalista, e se referindo aos EUA como a colônia que foi arrasada, mostrando os seus ideais de intolerância social, no mesmo momento é nos apresentado um misterioso homem colocando a máscara de Guy Fawkes, enquanto isso Evey Hammond em sua casa se prepara para sair. Assim que Evey sai de casa depois de terminar de assistir ao discurso de Prothero, onde termina o seu discurso na TV falando o lema do partido: “Força através da união, união através da fé”. Preocupada quando olha o relógio, ela então sai para passear na noite deserta de Londres, ficando bastante temeroso, a razão da qual ela tinha para esse temor era porque depois de uma determinada hora da noite, o Governo mandava agentes que eles denominavam “Homens-Dedos” , ficarem vigiando as ruas, e assim que observarem o movimento de qualquer pessoa andando pelas ruas a noite depois da hora estipulada, eles abordavam a pessoa suspeita, e se preciso fosse mandavam além de revistar, violentavam fisicamente, psicologicamente e moralmente a pessoa para deixar a pessoa completamente submissa a eles, e isso inevitavelmente acaba acontecendo com Evey, no momento em que caminhava pelas ruas da cidade e foi abordada pelos “Homens-Dedos”, quase sendo ameaçada de ser violentada por eles, Evey acaba sendo salva pelo homem mascarado chamado apenas de V, que mostraria a que veio fazendo citações filosóficas, com golpes inacreditáveis, e habilidades com lanças, que o tornam um espadachim inabalável, depois de acabar com cada um dos “Homens-Dedos”, V ao apresentar a primeira vez para Evey, deixa o símbolo em frente ao cartaz com o lema do partido Fogo Nórdico. Responsável por levar Sutler ao poder, e ao salvá-la do perigo V, a convida para prestigiar ele orquestrando em cima de um prédio vizinho ao Old Bailey, uma das famosas obras-primas do maestro russo Pyotry Ilich Tchaikovsky, denominado de “Abertura 1812”, a música favorita do herói, que foi responsável por causar a explosão no prédio do Old Bailey, no dia seguinte, o episódio da explosão vira manchete nos noticiários televisivos, como a BTN,(British Television Network), por exemplo, emissora onde Evey é funcionária queridinha do seu patrão Gordon Deitrich(Stephen Fly), que apresenta um programa de humor nessa emissora. No mesmo momento onde ocorre os noticiários na emissora sobre a explosão do Old Bailey na noite passada. Aparece V, invadindo o prédio da emissora, rende todos os seguranças e todo corpo de funcionários, e será lá que ele vai tentar convencer para transmitir a toda a população londrina mostrando a que veio, ao mostrar suas ideias filosóficas de livre pensamento, e fazendo eles se recordarem da data do 5 de Novembro, data que lembra quando Guy Fawkes tentou explodir o Prédio do Parlamento Britânico, pensando nas suas filosofias de liberdade, depois de terminado o seu discurso, onde termina falando assim para o povo, “Se vocês pensam como eu penso, e sentem o que eu sinto, então vamos todos nos unir pela liberdade”. Nesse momento onde ele finaliza seu discurso na Tv, todos os guardas, a policia inteira tenta em vão fechar o cerco para tentar prendê-lo, mas ele habilidoso e esperto consegue se livrar deles com muita facilidade, em uma cena onde acontece de V ser rendido por um policial, mas acaba sendo salvo por Evey, que no entanto ela acaba levando uma pancada na cabeça, e V acaba dando um fim nele com um soco. O caso desse tal misterioso herói, faz com que os intrigados detetives Eric Finch(Stephen Rea) e Dominic Rupert Graves), quebrem a cabeça para decifrar todo o enigma dessas ações misteriosas ações praticadas por esse paladino mascarado que apareceu do nada, antes disso os dois haviam investigado misterioso passado de Evey, onde o que os chamaram a atenção deles além de terem descoberto que ela era filha de ativistas políticos, ela também teve passagem por um reformatório juvenil, depois da prisão dos seus pais, o que gera mais um quebra-cabeça de um segredo envolvendo um outro personagem importante no filme, que no caso é coadjuvante Evey Hammond. Acordar na mansão de V, Evey fica impressionada com o lugar muito espaçoso, e ainda cheio de objetos de arte raríssimas, e observando o próprio V preparando o seu café da manhã, onde nesse momento ela fica observando ele sem as suas luvas, com as suas mãos avermelhadas, dando sinais de que ele teria sofrido alguma queimadura, e ao ouvir esse comentário de Evey, V explica para ela de forma enigmática que isso aconteceu com ele faz muitos anos atrás num incêndio, mas não esclarece para ela onde ocorreu, de que maneira aconteceu e como foi causado esse tal incêndio, criando mais um quebra cabeça sobre a provável origem de quem seria a pessoa por trás daquela máscara, qual seria a verdadeira identidade de V? No decorrer do filme vai se mostrando aos pedaços, quando ele vai atrás de cada uma das pessoas ligadas ao seu passado, e matando cada uma delas em série, deixando uma rosa vermelha batizada de Scarlet Carson, como algo personalizado. Ao mesmo tempo acontece de Evey contar para V sobre sua família, e um pouco sobre ela também, entre essas revelações está o fato dela quando criança já ter frequentado um curso de teatro, e que no dia que o irmão dela morreu, os seus pais resolveram virar ativistas políticos, e terminaram presos, quanto que ela terminou num centro de detenção juvenil. A primeira das pessoas que V resolve eliminar é Lewis Prothero, sujeito que discursa toda noite na TV de Londres, e que faz discursos de puro autoritarismo, fazendo duras criticas quanto a invasão de V na emissora, chega a denominá-lo de terrorista, no momento em que Prothero estava observando o seu discurso tomando um banho quente, V entra em sua casa utilizando a identidade de Evey da BTN, para poder ter livre acesso, no momento que terminou de ver seu discurso na TV, Prothero se assusta ao observar o próprio V, que se refere a ele como Comandante. E Prothero surpreso pergunta como ele sabia de sua antiga patente militar, explicando em enigmas V diz que era como ele se chamava quando num centro de detenção, num incêndio, e aparece então em cena de flashback a cena do então Comandante Lewis Prothero no Centro de Detenção de Larkhill, mandando maltratar de forma covarde, desumana e selvagem as pessoas consideradas subversivas do novo governo imposto na Inglaterra, e quando Prothero se dar conta logo lembra de quem era a pessoa por trás daquela máscaras, o único sobrevivente do antigo Centro de Detenção de Larkhill. V por ironia se autodenomina numa clara referencia a uma famosa obra literária de Charles Dickens, “Um Conto de Natal”, de que “Sou o Fantasma dos Natais Passados”. Depois de Lewis Prothero, foi a vez do Padre Lilyman( John Starding), uma importante autoridade clerical, que por trás da batina, não tinha nada de santo, e a prova disso, é quando V utiliza Evey como isca para seu plano, pedindo para quê ela se vestisse de menina, com jeito de boneca, para atraí-lo em sua armadilha, pelo fato de justamente saber que o Padre Lilyman era pedofilo. Então de repente aparece V para matá-lo, outra pessoa também ligada ao misterioso passado de V, também tinha participado do Centro de Detenção de Larkhill, e que agora estava promovido para Bispo. Enquanto que nesse mesmo momento Evey foge e vai para casa de seu patrão Gordon Deitrich para não ser perseguida e presa pelos Homens-Dedos. Na casa de Deitrich, Evey descobre alguns segredos revelados pelo próprio Deitrich, como forma de acalmá-la, caso os Homens-Dedos, forem a casa dele a procura dela, ela seria a coisa menos importante para eles, isso porque na casa de Deitrich havia escondido uma versão do alcorão, livro sagrado islâmico do século 14, uma foto do Chanceler Sutler sendo ridicularizado com o lema “E Deus salve a Rainha” e umas fotos proibidas de erotismo. Enquanto que os agentes Finch e Dominic tentam decifrar mais um enigma relacionado ao paladino mascarado V, descobrem que Lewis Prothero, havia sido um importante empresário acionista de uma empresa farmacêutica chamada Viadox, e ficam surpreso ao vasculharem a ficha militar de Prothero e ao descobrirem que no currículo havia participações dele em combate no Iraque, Curdistão entre outros países, e mais surpresos ao descobrirem sua participação no comando no Centro de Detenção Larkhill, indo mais a fundo n a investigação, descobrem que o local tinha sido desativado há muitos anos depois de um incêndio, e com informações muito vagas, eles tentam decifrar que ligação tinha Prothero com V a Larkill, até finalmente acharem no arquivo público o dossiê sobre Larkhill, e lá descobrem mais duas pessoas, o Padre Lilyman, já morto por V e uma médica responsável pelas medicações dos detentos de Larkhill, essa tal era doutora Diana Staton, que eles nem imaginavam estarem o tempo todo perto delas, pois era a responsável pela autopsia do Padre Lilyman, usando uma nova identidade, a Doutora Della Suridge(Sinead Cursack), dos quais eles descobrem tarde demais, no momento que chegavam ela já estava morta no seu quarto pelo V, com a rosa vermelha Scarlett Carson, e ao vasculharem a casa dela, Finch e Dominic descobrem um diário contando os segredos e todo o relatório da rotina dela no Centro de Detenção Larkihill, contando como acontecia a vinda de cada novo individuo, como eram tratados de forma desumana, como recebiam as dosagens de vacinas aplicadas por eles, para eles servirem de cobaias para o desenvolvimento de arma biológica altamente poderosa, como todos morreram e foram enterrados, e chegava até a relatar o próprio desprezo que ela mesma sentia por aqueles indivíduos, vistos como os subversivos pelo então imposto novo governo do atual Chanceler, pessoas que representavam a camada dos negros, dos judeus e dos homossexuais, e o mais impressionante nisso tudo é eles descobrirem que a respeito de um paciente de Larkhill, que tinha adquirido uma força descomunal com a medicação injetada por ela, esse tal paciente do qual ela se refere apenas como Paciente do Quarto 5, cujo numeral da cela era identificado como V, numeral do algarismo romano, sendo daí a origem para seu nome, onde relata que foi esse paciente que num certo dia 5 de Novembro, com sua tremenda força descomunal que chegando ao ponto de fugir ao controle de todos de Larkhill, provocou a destruição total do local, causando o incêndio, onde chega até a descrever que chegou a observar os seus olhares cheios de amargor, e que naquele incêndio o deixou todo o seu corpo queimado. E nesse diário Stanton termina com um lamento descrevendo assim: “O que foi que eu fiz”. É nisso se descobre qual a misteriosa origem do mascarado V e de onde ele tirou esse codinome. Enquanto que Evey, ainda vivendo abrigada na casa de seu patrão Deitrich, fica espantada ao ver junto com ele na televisão, o programa que ele havia produzido ridicularizando o Chanceler Adam Sutler sendo perseguido pelo mascarado V, em rede nacional, fazendo toda a população londrina pela primeira vez ter o direito de ter a liberdade de poder debochar do Chanceler, naquela mesma noite em que o programa foi ar, apareceram os Homens-Dedos, comandados por Perter Creedy( Tim Pigot-Smith), que o acabam rendendo e prendendo, e Creedy faz até o comentário irônico: “E teve graça agora?”. Já Evey tenta fugir, escondida, mas acaba sendo pega, e mandada para a detenção, sendo torturada, fisicamente e psicologicamente para tentar dar informações para os agentes sobre o que ela sabia de V, teve até a cabeça raspada, e no meio de todo essa situação ela acaba achando na sua cela, dentro de um buraquinho onde entrava um ratinho, um pedacinho de papel higiênico onde estava escrito a mensagem de uma mulher de nome Valerie, uma prisioneira morta no Centro de Detenção de Larkhill, e que na mensagem ela contava todo o drama que passou antes de ser mandada para lá, na mensagem ela descreve onde nasceu, que foi em Nottigham no ano de 1985, que do pouco que lembrava de sua infância, lembrava da fazendo de sua avô e que quando chovia sua avô dizia que “Deus estava na chuva”, descreve de seu tempo de colégio, relata que quando foi aprovada para o curso secundário, lá havia conhecido Sarah, a sua primeira namoradinha, já apresentando sinais de interesse por meninas e não por meninos. Valerie também relata na mensagem que o namoro dela por Sarah no colégio, teve de ser interrompido porque o diretor havia dito que isso era só uma fase e que elas superariam. Foi o primeiro sinal de preconceito que ela teve de lidar quando descobriu sua opção sexual, mais para frente ela relata que na adolescência quando chegou para os pais e teve a coragem de apresentar sua então namorada Christina, a reação dos pais não podia esperar por outra coisa a não ser de repulsa, de nojo, com aquele tipo de situação vendo a queridinha deles que eles carregaram ainda bebê virar uma mulher amando outra mulher, e com isso os pais a mandaram para fora de casa. O mais curioso disso tudo foi quando ela relatou que já adulta, ao virar atriz durante as filmagens de “Sal de Prata”, foi lá que ela conheceu sua última parceira Ruth. Na mensagem Valerie descreve que Ruth, foi sua grande parceira que passou a dividir o apartamento e junto com ela colheram flores Scarlett Carson e toda uma rotina da qual elas passaram a adquirem juntas e felizes, até chegar o momento em que quando elas acompanharam pela TV, a subida ao poder de Adam Sutler, as ideias de intolerâncias sociais, propagadas pelo Fogo Nórdico, passaram a viverem assustadas, e relatou que no dia em que a Ruth estava na rua, fazendo a feira, e de repente foi pega pelos Homens-Dedos, ela chorou muito, e pouco tempo depois foi a vez dela dentro de sua casa, e a mensagem de Valerie termina com relato de sua sofrida rotina no Centro de Detenção de Larkhill, de onde ela passaria seus últimos momentos de vida, sendo torturada, violentada, espancada, recebendo altas dosagens de substancias e de quando achou dentro de uma privada um papel de higiênico de onde decidiu relatar a sua única autobiografia. E então dias depois Evey já exausta de tanto ser torturada acaba se surpreendendo ao se liberada, e então a medida que caminha livremente pelos corredores sem ser abordada pelo Guarda, e quando se aproxima e vê que ela era apenas de borracha, e ao passar na porta e de repente se deparar na mansão de V, ela então fica bastante indignada e horrorizada, ao notar que tudo aquilo do qual ela havia passado era tudo uma farsa, plantada por ele, mas depois se sentindo grata resolve entregar a tal mensagem de Valerie que ela teria imaginado que fosse uma coisa inventada por ele, então V decide mostrar uma coisa para provar que tudo aquilo era verdade, e ela fica convencida no momento em que observa pendurada na parede da sala, o cartaz do filme “Sal de Prata”. V justifica que fez isso fazendo com que ela sentisse um pouco na pele, o que ele passou em Larkhill, e do que resultou para que ele se transformasse daquele jeito, citando o principio básico de que toda ação gera uma reação. Então V mostra para Evey a chuva no telhado de sua mansão, e ela então lembra do que Valerie escreveu: “Deus estava na chuva”. Então aos poucos os quebra-cabeças vão desenvolvendo todo o desenrolar do filme, principalmente no momento em que Finch e Dominic vão atrás de um tal de Roockwood, último sobrevivente do Vírus da Escola de St. Marys, o mesmo onde o irmão de Evey havia morrido em consequência desse vírus, eles encontram esse tal sujeito no memorial dedicado às vitimas do incidente, onde de uma forma enigmática da ligação daquele incidente, com a contaminação da água em Three Waters, uma bomba na estação de trem de Londres, rebelião no King´s Hospital, e juntando a cura financiada por Lewis Prothero, que ajudou a levar Adam Sutler a comandar o país, eles nem imaginam que esse tal de Roocwood era na verdade V, e quando descobrem já era tarde, muito depois de constatar que o verdadeiro estava morto. E nisso Finch acaba chegando a conclusão que tudo isso que ele estava planejando fazer é com o intuito de gerar o caos. E é justamente isso o que acontece no momento em que todos recebem em suas casas, a encomenda das máscaras de Guy Fawkes, usadas pelo V, há até um momento em que um assaltante numa conveniência chega a falar: “Anarquia no Reino Unido”. E vai ser nessa situação caótica que V botará em prática o seu plano de dar fim ao regime totalitarista do Chanceler Adam Sutler, pedindo para que Creedy, mandasse os seus Homens-Dedos, levar até ele o próprio Chanceler para matá-lo no esgoto, enquanto o Chanceler discursa na TV em rede nacional, e ninguém, praticamente ninguém assiste, e nesse momento era levado acabado e ensanguentado, V então dá os seus últimos golpes, e é próprio quem dá um fim no Chanceler, depois disso Creedy manda os seus Homens-Dedos atirarem sem parar em V, ele em nenhum momento em que recebe os tiros reage, então acontece o inesperado, depois de ter sido atingido pelos tiros, V ainda utiliza forças para praticar os seus últimos golpes de artes marciais e enfiando suas facas em cada um dos Homens-Dedos, até que no final quando só restou Creedy, que tentando desesperadamente eliminá-lo dando muitos tiros, e chega ao cúmulo de gritar falando: “Porque você não morre?” Então V se aproxima dele e o enfia sua faca em Creedy dando fim então a ele e ao sistema totalitarista que há anos vinha governando a Inglaterra, e ao mesmo tempo acabado, ainda utiliza as últimas forças para chegar até o trem cheio de explosivos de nitrogênio, que seguirá em direção para o Big Ben, ele então pede para que Evey se incumbisse dessa missão final sua, ao mesmo tempo a população inteira de Londres, utilizando da fantasia de V, anda em plena noite em direção ao Big Ben, o exercito chega a ficar de guarda para ficarem atentos a qualquer sinal de proximidades, mas eles acabam sem terem como agirem pois não conseguiam terem contato nem com o Chanceler, e muito menos com Creedy. E dessa forma sem ter como reagirem, eles acabam deixando todas as pessoas passarem tranquilamente sem receberem sequer um tiro, e dessa forma que o general, responsável pelo comando das tropas, completamente sem acreditar no que estava vendo fala assim: “Pelo sangue de Jesus Cristo”. Enquanto isso, Evey se prepara para ligar o motor do trem, com V deitado sem vida, acompanhado de muita dinamite, no momento em que pega na alavanca, ela chega a ser interrompida por Finch, aparece tentando rende-la impedido que ela prosseguisse com o plano de V, mas determinada a cumprir ela então desobedece às ordens de Finch, e liga a alavanca do trem. O trem parte em direção ao Big Ben, tocando a “Abertura 1812”, famosa obra-prima de Tchaikovsky, que era sua música preferida chegando até o Prédio gerando com todos ali em frente naquela marcante noite de 5 de Novembro, onde para todos ali será para sempre lembrada como o dia em que eles se libertaram de uma tirania, foi nessa cena final que Finch pergunta então para Evey sobre quem era ele, e Evey responde a pergunta de Finch o definindo em diferentes aspectos: “Ele era Edmound Dantes(personagem principal de “O Conde de Monte Cristo” seu filme favorito), Era meu pai, minha mãe, minha irmão, era eu, era você(Evey se referindo a Finch), ele era todos nós”. E nesse mesmo momento o filme com Evey fazendo a seguinte narrativa: “Ninguém jamais esquecerá aquela noite e o seu significado para o pais. Mas eu nunca me esquecerei do homem e do que ele significou para mim”. E pronto acabou o filme. V de Vingança que faz uma interessante abordagem a respeito do que uma pessoa é capaz de fazer quando sofre uma injustiça, ao ser levado pelo sentimento do ódio, até que ponto podemos justiça com as nossas próprias mãos. Como é o caso do próprio herói mascarado, se for fazer uma comparação dele com outros heróis dos quadrinhos, como as editoras americanas de Marvel e DC, ele tem como diferencial o fato de ser um sujeito muito cheio de mistérios, ele se encaixa como um exemplo de ser social, que pela circunstancia em que passou esqueceu-se de suas próprias origens, o mistério sobre suas origens ocultas, o fato de não saber qual sua verdadeira identidade, de onde nasceu, que idade aproximada ele teria, quem seriam os seus pais, ou que levou ele para ser preso no Centro de Detenção de Larkhill, para ser cobaia de um experimento cientifico, que o fez adquirir uma força e habilidade descomunal, a ponto de se tornar um importante um paladino mascarado com o objetivo de acabar com o sistema político autocrático imposto numa Inglaterra do futuro. A ideia como eles colocaram essa Inglaterra futurista, como o enredo do filme satiriza a ideia de regime autocrático tem uma livre inspiração no romance “1984” de George Orwell. A ideia dos segredos é o que torna “V de Vingança” até certo ponto semelhante com “A Vila”, onde o principal segredo desse consistia no mistério da figura demoníaca que amedrontava o povo daquele vilarejo que aparentemente vivia um modo de vida do século 19, mas na verdade eles viviam na contemporaneidade, e os únicos que sabiam desse segredo eram os próprios anciões fundadores do lugar, onde pela única foto que eles carregaram num baú, mostrando uma foto deles trajando roupas contemporâneas, em frente a um centro de ajuda,e lá encontraram uma maneira de viverem sob um modo de vida mais sossegado e procurando a inocência junto com a ignorância, até o momento em que ocorre o incidente de Lucius Hunt ser atingido por uma faca pelo Noah Percy, ficando entre a vida e a morte. V de Vingança em carrega muitas referencias a muitas obras literárias famosas, como por exemplo cita “Machbeth”, importante obra teatral de William Shakespeare ao falar assim: “Faço tudo que faz um homem. Quem faz mais deixa de sê-lo”. Ou mesmo se referindo a” Um conto de Natal “de Charles Dickens, o seu herói preferido Edmond Dantes de “O Conde de Monte Cristo”, livro do francês Alexandre Dumas, também há uma citação de “Fausto” de Goethe com sua frase em latim com iniciais que estavam escritas assim: “Viveris Veniversum Vicius Vici”, frase que estava escrita em seu espelho, que Evey lê no momento em que estava fazendo uma limpeza e o próprio V traduz assim: “Através da verdade, enquanto vivi, eu conquistei o universo”. Isso é um dos fatores que torna o filme bom para se assistir de diferentes maneiras, sobre diferentes aspectos, sobre diferentes óticas, para assim se poder analisar e refletir sobre diferentes questões abordadas no filme, e o foco está na questão política autocrática botada em prática, se como abordei anteriormente em “A Onda”, mostrava como ela poderia surgir, V mostrou como ela pode acontecer de uma maneira muito pior como já aconteceu na História, como o fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, do qual esse faz uma clara alusão, o Chanceler Sutler é praticamente uma sátira a Hilter, assim como o seu partido Fogo Nórdico ser uma sátira ao nazismo, implantado na Alemanha a partir do começo da década 1930, perdurando até o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, com a morte de Hitler. Em resumo, pode-se dizer que a ideia transposta pelo filme, utilizando até de muitas licenças poéticas, é justamente de como é possível acontecer ainda em uma época futura como bem idealiza o filme, a imposição de um sistema político de autocracia, de que maneira pode surgir, e quais argumentos e quais situações podem levá-lo a ser colocado na prática. E sendo num mundo futurista que remete muito a obra de Orwell, 1984, onde o Chanceler Sutler, mas parece fazer uma referencia ao Grande Irmão, e a forma como eles controlam os passos dos cidadãos. E ainda por cima o filme também traz a reflexão de como e até onde uma pessoa seria capaz de chegar ao seu objetivo de querer fazer justiça com as próprias mãos? Até onde você chegaria? O próprio personagem no filme tem interessantes frases reflexivas como, por exemplo: “Você tanto uma mascara que acaba esquecendo de quem você é.” “A Anarquia ostenta duas faces. A de destruidores e a de Criadores. Os Destruidores derrubam impérios, e com os destroços, os Criadores erguem mundos melhores.” “Não existe coincidência, apenas a ilusão da coincidência.” “O povo não deve temer seu Estado. O Estado deve temer seu povo.” “Por baixo dessa carne existe um ideal, e as ideias nunca morrem.” "Um homem pode morrer, lutar, falhar, até mesmo ser esquecido, mas sua idéia pode modificar o mundo mesmo tendo passado 400 anos." "Ainda que nossa integridade valesse pouco, era tudo o que tínhamos" "Suas bombas não matam nossa fome, mas alimentam nossa desgraça." “Igualdade, justiça e liberdade são mais que palavras; são perspectivas!" “Os artistas usam a mentira para revelar a verdade, enquanto os políticos usam a mentira para esconde-la.” FONTE: http://pensador.uol.com.br/v_de_vinganca_frases/ Bom com isso que encerro a minha descrição sobre esses dois importantes filmes, recomendando para quem nunca assistiu, e para quem já tinha assistido ambos, que assistem porque as tramas deles valem a gente poder olhar diversos olhares reflexivos. E ainda mais carregando belíssimas trilhas instrumentais que dão a emoção em cada um dos filmes. “A Vila”, carrega uma bela trilha composta por James Newton Howard que tem toda uma atmosfera e suspense que dão o tom do filme, e em “V de Vingança” o destaque é a bela ópera de Tchaikovsky, que se encaixa bem ao perfil, a essência e aos ideais que o herói mascarado carrega, e não é só ele, como também cada um de nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário