sábado, 28 de abril de 2012

OS VINGADORES QUATRO ANOS DE ESPERA.

Ter assistido ontem a sessão de estréia do filme dos "Vingadores", foi para mim sensacional, ainda mais em 3D, apesar de ter pago um indigesto ingresso de 26,00 R$, em consequencia de pagar inteira, mas não faz mal, porque acompanhar a expectativa de ver a união dos mais diferentes herois do Universo Marvel, Hulk, Caapitão América, Homem de Ferro, o deus nórdico Thor, o Gavião Arqueiro e a sensual da Viúva Negra foi demais para os meus nervos. A platíea do cinema estava lotada, todas ansiovas pelo mais aguardado filme que há quatro anos falava-se, comentava-se, ou mesmo especulave-se muito quanto a ideía do projeto para esse mais novo filme inspirado nos herois dos quadrinhos da Marvel, que desde X-Men-O Filme(2000), são os que são tem ganhado adaptações cinematográficas sem parar, muito dos que os da sua concorrente DC, que tirando Batma e Superman, nenhum outro heroi solo da empresa, ganhou uma adaptação cinematográfica, fora o recente Lanterna Verde(2011). Essa ansiedade era bastante aguardada, visto os filmes solos de cada um dos Vingadores, que gerava essa grande expectativa, desde o" Homem de Ferro"(2008), "O Incrivel Hulk"(2008), "Homem de Ferro 2"(2010), "Thor"(2011) e "Capitão América"(2011), gerando uma expectativa tamanha pe lo tão aguardado filme, mas espera foi compensadora. A trama está ótima, os personagens e todo o elenco conseguem um excelente empenho, brilho e carisma com os seus personagens, Robert Downey Jr, mais uma vez coloca em seu Tony Stark/Homem de Ferro, uma caracteristica bastante debochada, como ele tem feito no filme solo do heroi metálico lançado em 2008, Mark Ruffalo ficou ótimo no papel do Dr. Banner/Hulk, o seu desempenho conseguiu mostrar uma boa desenvoltura, e descobrir a essencia do pertubado cientista e o seu monstro verde dentro dele, que foi capaz até de superar o Eric Bana em "Hulk"(2003), e de Edward Norton em "0 Incrivel Hulk" (2008), Scarlett Johansson no papel da Viúva Negra, não fica atrás na maneira como ele desenvolve a bela ex-espiã russa da extinta União Soviética, com aquele cabelo ruivo com uma tonalidade de vermelho que atrai uma sensualidade, e aquele vestida apertado dela modelando todo o seu corpo, com os golpes de artes marciais, ela tá que tá nesse filme, deixando todo qualquer marmanjo babando. E nisso tudo sem tirar o brilho do seu charme, e de sua sensualidade, deixando um sujeito como eu com água na boca, uma gatona como aquela, no meio daqueles marmanjos que desperdiçam, eu pessoalmente se tivesse entre eles, bem que gostaria de dar uma cantada nela para sentir o gostinho daqueles golpes e ficar com muito tesão por ela. Ainda mais sendo vivida por Scarlett Joharsson que no ano passado sem querer deu privilégios para um monte de marmanjos se auto-fotogrando na intimidade mostrando suas costas atrás de um espelho o seu quaril descoberto. Pode-se dizer que com a Viúva Negra dá até para esquecer esse vexame do qual ela passou. E Samuel L. Jackson, no papel do Nick Fury, chefe da S.H.I.L.D.E, também está brihante, provando de uma vez por todas que não é cor da pele que define se tal ator é bom para tal papel, mas sim que o importante é o talento e a desnvoltura de como ele constroi e desenvolvi o personegem, e o próprio consegue esse feito a cada momento do filme. Os Vingadores carrega momentos de muita emoção, ação, muita pancadaria, muita tensão, pãnicos, e também momentos muito cômicos com um roteiro muito bem amarrado e muito bem construido, e com muitas licenças poéticas, principalmente nos momentos em Tony Stark faz alguns deboches com Steven Rogers/Capitão América, mostrando para nós felizmente ou infelizmente para alguns o lado humano de cada um deles, onde o mais dificil do que eles enfrentarem um sujeito imortal, inesxcrupuloso, e megalomaniaco como o Loki, o irmão de Thor, que trás do outro mundo seres aliengenas para trazer o caos apocaliticos na terra, ou como posso definir me referidno a mitologia dos escandinavos, já que o vilão é um deus nórdico, o Ragnarök, é eles sendo tão diferentes em habilidades quanto em suas essencia s pessoais, com suas virtudes e seus defeitos, que inevitavelemte acabam entrando numa briga de egos. Bom, levando em consideração que na vida real cada um de nós em qualquer meio social, seja na familia, ou mesmo no traabalho a gente vive uma briga de egos oposotos aos nossos, que vendo uma equipe formada por super-humanos, posso que aquilo é a coisa mais normal do mundo. Todos esses momentos do filme, gerou muitas risadas e aplausos da platéia. O que posso descrever nisso tudo, e que "Os Vingadores" foi o melhor filme inspirado em herois de quadrinhos que eu já vi desde Batman-O Retorno(1992) e consequentes sequencias, ou mesmo desde a primeira trilogia de X-Mem, ou mesmo do Homem -Aranha. Eu gostei tanto, que assistiria até mais vezes, e até compraria posteriormente em DVD, para ficar mais e mais vezes em casa. O filme vale um ingresso.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A VILA E V E V DE VINGANÇA: DOIS FILMES REFLEXIVOS PARTE 2

“V DE VINGANÇA” E A IDÉIA DA AUTOCRACIA. Quanto à trama de V de Vingança, filme lançando em 2006, que assim como “A Vila”, eu também só havia assistido apenas uma vez, e essa única vez da qual assisti esse filme foi nos cinemas. Um filme também do gênero suspense, dirigido por James McTeigue e produzido por Joel Silver e também pelos Andy e Larry Wachowski, também responsáveis por terem escrito o roteiro do filme, os mesmos que lançaram a trilogia cibernética de Matrix(a primeira lançada em 1999, e a segunda Matrix Reoleaded e a terceira Matrix Revolutions foram ambas lançadas em 2003.) Numa adaptação do herói de quadrinho homônimo lançado na Inglaterra na década de 1980, de autoria de David Lloyd e Alan Moore, cujo nome desse último não aparece creditado pelo fato da adaptação de sua obra ter sido feita sem sua autorização. O filme conta no elenco com Hugo Weaving, no papel de V, cujo rosto em nenhum momento aparece, pois está escondido através de uma máscara de Guy Fawkes, e que pela segunda vez trabalha num filme produzido pelos Irmãos Wachowski, o anterior onde Hugo Weaving havia trabalhado destes fora na trilogia de Matrix, onde fez o papel do vilão-mor da trama, o Agente Smith, perseguidor do Neo(papel de Keanu Reeves), e com Natalie Portman, que no ano passado ganhou o Oscar de melhor atriz pelo filme “Cisne Negro”, interpretando o papel da Evey Hammond, uma funcionária de um canal de televisão, que será uma coadjuvante que simbolizará uma espécie de paixão platônica do herói. A história do filme gira torno de um aspecto politicamente critico, ao idealizar um mundo futurista, onde é regido por um regime autocrático totalitarista, onde inspirados nas ideias nazifascistas, o líder é o que tem o poder absoluto, com controle rígido a vida do cidadão, e com práticas violentas contra as camadas sociais das quais ele consideram como os subversivos. Uma interessante abordagem da qual eu já feito com os dois “A ONDA”. Sobre a minha colocação de futurista, deixe primeiramente esclarecer que a visão de futuro que o filme mostra, não tem nada a ver com aquela ideia de carros voadores, ou mesmo mostrando robôs interagindo com humanos, e sendo tratados por eles como se fosse um bichinho de estimação, como muito filmes com temáticas assim já haviam como por exemplo: a clássica obra-prima do cinema alemão “Metropólis”(1927) de Fritz Lang, ou mesmo “A.I-Inteligencia Artificial”(2001) de Steven Spielberg, ou mesmo outra também de Spielberg “Minority Report-A Nova Lei”(2002), “O Vingador do Futuro”(1989), dirigido por Paul Verhoeven, inspirado num livro de Philip K. Dick, ou quem “Eu, Robô”(2004), dirigido por Alex Proyas, inspirado numa obra de Isaac Asimov, ou mesmo na clássica série animada da Hanna-Barbera dos Jetsons. A visão de futuro retratada em V de Vingança, nos mostra uma ideia um pouco mais próxima da nossa realidade, sem nada desses artifícios dos quais contei. A história do filme começa com um prólogo narrando e reconstituindo sobre o importante evento histórico ocorrido na Inglaterra no dia 05 de Novembro de 1605, dia em que um soldado chamado Guy Fawkes tentou promover a Conspiração da Pólvora, uma tentativa de causar uma explosão no prédio do Parlamento. O curioso foi ter observado que nessa narrativa, havia momentos em que o narrador de uma maneira até parcial se pergunta, se questiona sobre quem seria realmente Guy Fawkes? Como era seu rosto? Como era sua voz? Em todo o momento onde ocorre a reconstituição sobre o acontecimento naquela importante data, a narradora chega a descrever que muitas vezes as pessoas só lembram das ideias sobre criadas por essa pessoa, mas nunca do homem por trás dela, em um momento da cena em que Guy Fawkes e condenado a forca, a narradora faz uma comparação entre as ideias, e os homens por trás delas, ela justifica que ao contrário de uma ideia, que ás vezes pode se tornar infalível, um homem que a cria pode até fracassar, ao ponto dele ser preso, morto e esquecido. No momento seguinte da narrativa, a narradora explica de forma até parcial sobre o conceito de uma ideia, que ela sempre, podem-se passar décadas, séculos, ou mesmo milênios de distancia, mas ela sempre vai sobreviver, ao contrário das pessoas que as criam, ou mesmo as defendem, e nesse momento a própria relata que chegou a ver pessoalmente muita gente morrendo, perdendo a vida defendo-as. No momento da cena do enforcamento de Guy Fawkes, a narradora termina o prólogo fazendo o seguinte questionamento a respeito do abstracionismo de uma ideia, como ela pode não ser concreta dependo da situação: “Mas você não pode beijar uma ideia. Você não pode toca-la ou abraça-la. Ideias não sangram não dor, não amam. Não é de uma ideia que eu sinto falta. É de um homem.” A narradora termina o prólogo, explicando que foi através desse homem, que foi responsável por fazê-la lembrar do 5 de Novembro, a importante desse acontecimento na história política inglesa, será o elo para no momento da presente realidade inglesa, regida sob um regime totalitário, e completamente esquecida da data desse momento acabará se recordando através de um misterioso paladino mascarado. Depois desse prólogo, o filme vai sendo desenvolvido a partir do momento presente, mostrando uma Londres sendo regida pelo governo autocrático do Chanceler Adam Sutler( Adam Sutller), é durante uma noite em que toda a população inglesa assisti pela TV, o discurso de Lewis Prothero(Roger Allan), o homem mais importante do Governo, também definido como “ A Voz de Londres”, fazendo seu diário discurso de cunho autoritário, fundamentalista, e se referindo aos EUA como a colônia que foi arrasada, mostrando os seus ideais de intolerância social, no mesmo momento é nos apresentado um misterioso homem colocando a máscara de Guy Fawkes, enquanto isso Evey Hammond em sua casa se prepara para sair. Assim que Evey sai de casa depois de terminar de assistir ao discurso de Prothero, onde termina o seu discurso na TV falando o lema do partido: “Força através da união, união através da fé”. Preocupada quando olha o relógio, ela então sai para passear na noite deserta de Londres, ficando bastante temeroso, a razão da qual ela tinha para esse temor era porque depois de uma determinada hora da noite, o Governo mandava agentes que eles denominavam “Homens-Dedos” , ficarem vigiando as ruas, e assim que observarem o movimento de qualquer pessoa andando pelas ruas a noite depois da hora estipulada, eles abordavam a pessoa suspeita, e se preciso fosse mandavam além de revistar, violentavam fisicamente, psicologicamente e moralmente a pessoa para deixar a pessoa completamente submissa a eles, e isso inevitavelmente acaba acontecendo com Evey, no momento em que caminhava pelas ruas da cidade e foi abordada pelos “Homens-Dedos”, quase sendo ameaçada de ser violentada por eles, Evey acaba sendo salva pelo homem mascarado chamado apenas de V, que mostraria a que veio fazendo citações filosóficas, com golpes inacreditáveis, e habilidades com lanças, que o tornam um espadachim inabalável, depois de acabar com cada um dos “Homens-Dedos”, V ao apresentar a primeira vez para Evey, deixa o símbolo em frente ao cartaz com o lema do partido Fogo Nórdico. Responsável por levar Sutler ao poder, e ao salvá-la do perigo V, a convida para prestigiar ele orquestrando em cima de um prédio vizinho ao Old Bailey, uma das famosas obras-primas do maestro russo Pyotry Ilich Tchaikovsky, denominado de “Abertura 1812”, a música favorita do herói, que foi responsável por causar a explosão no prédio do Old Bailey, no dia seguinte, o episódio da explosão vira manchete nos noticiários televisivos, como a BTN,(British Television Network), por exemplo, emissora onde Evey é funcionária queridinha do seu patrão Gordon Deitrich(Stephen Fly), que apresenta um programa de humor nessa emissora. No mesmo momento onde ocorre os noticiários na emissora sobre a explosão do Old Bailey na noite passada. Aparece V, invadindo o prédio da emissora, rende todos os seguranças e todo corpo de funcionários, e será lá que ele vai tentar convencer para transmitir a toda a população londrina mostrando a que veio, ao mostrar suas ideias filosóficas de livre pensamento, e fazendo eles se recordarem da data do 5 de Novembro, data que lembra quando Guy Fawkes tentou explodir o Prédio do Parlamento Britânico, pensando nas suas filosofias de liberdade, depois de terminado o seu discurso, onde termina falando assim para o povo, “Se vocês pensam como eu penso, e sentem o que eu sinto, então vamos todos nos unir pela liberdade”. Nesse momento onde ele finaliza seu discurso na Tv, todos os guardas, a policia inteira tenta em vão fechar o cerco para tentar prendê-lo, mas ele habilidoso e esperto consegue se livrar deles com muita facilidade, em uma cena onde acontece de V ser rendido por um policial, mas acaba sendo salvo por Evey, que no entanto ela acaba levando uma pancada na cabeça, e V acaba dando um fim nele com um soco. O caso desse tal misterioso herói, faz com que os intrigados detetives Eric Finch(Stephen Rea) e Dominic Rupert Graves), quebrem a cabeça para decifrar todo o enigma dessas ações misteriosas ações praticadas por esse paladino mascarado que apareceu do nada, antes disso os dois haviam investigado misterioso passado de Evey, onde o que os chamaram a atenção deles além de terem descoberto que ela era filha de ativistas políticos, ela também teve passagem por um reformatório juvenil, depois da prisão dos seus pais, o que gera mais um quebra-cabeça de um segredo envolvendo um outro personagem importante no filme, que no caso é coadjuvante Evey Hammond. Acordar na mansão de V, Evey fica impressionada com o lugar muito espaçoso, e ainda cheio de objetos de arte raríssimas, e observando o próprio V preparando o seu café da manhã, onde nesse momento ela fica observando ele sem as suas luvas, com as suas mãos avermelhadas, dando sinais de que ele teria sofrido alguma queimadura, e ao ouvir esse comentário de Evey, V explica para ela de forma enigmática que isso aconteceu com ele faz muitos anos atrás num incêndio, mas não esclarece para ela onde ocorreu, de que maneira aconteceu e como foi causado esse tal incêndio, criando mais um quebra cabeça sobre a provável origem de quem seria a pessoa por trás daquela máscara, qual seria a verdadeira identidade de V? No decorrer do filme vai se mostrando aos pedaços, quando ele vai atrás de cada uma das pessoas ligadas ao seu passado, e matando cada uma delas em série, deixando uma rosa vermelha batizada de Scarlet Carson, como algo personalizado. Ao mesmo tempo acontece de Evey contar para V sobre sua família, e um pouco sobre ela também, entre essas revelações está o fato dela quando criança já ter frequentado um curso de teatro, e que no dia que o irmão dela morreu, os seus pais resolveram virar ativistas políticos, e terminaram presos, quanto que ela terminou num centro de detenção juvenil. A primeira das pessoas que V resolve eliminar é Lewis Prothero, sujeito que discursa toda noite na TV de Londres, e que faz discursos de puro autoritarismo, fazendo duras criticas quanto a invasão de V na emissora, chega a denominá-lo de terrorista, no momento em que Prothero estava observando o seu discurso tomando um banho quente, V entra em sua casa utilizando a identidade de Evey da BTN, para poder ter livre acesso, no momento que terminou de ver seu discurso na TV, Prothero se assusta ao observar o próprio V, que se refere a ele como Comandante. E Prothero surpreso pergunta como ele sabia de sua antiga patente militar, explicando em enigmas V diz que era como ele se chamava quando num centro de detenção, num incêndio, e aparece então em cena de flashback a cena do então Comandante Lewis Prothero no Centro de Detenção de Larkhill, mandando maltratar de forma covarde, desumana e selvagem as pessoas consideradas subversivas do novo governo imposto na Inglaterra, e quando Prothero se dar conta logo lembra de quem era a pessoa por trás daquela máscaras, o único sobrevivente do antigo Centro de Detenção de Larkhill. V por ironia se autodenomina numa clara referencia a uma famosa obra literária de Charles Dickens, “Um Conto de Natal”, de que “Sou o Fantasma dos Natais Passados”. Depois de Lewis Prothero, foi a vez do Padre Lilyman( John Starding), uma importante autoridade clerical, que por trás da batina, não tinha nada de santo, e a prova disso, é quando V utiliza Evey como isca para seu plano, pedindo para quê ela se vestisse de menina, com jeito de boneca, para atraí-lo em sua armadilha, pelo fato de justamente saber que o Padre Lilyman era pedofilo. Então de repente aparece V para matá-lo, outra pessoa também ligada ao misterioso passado de V, também tinha participado do Centro de Detenção de Larkhill, e que agora estava promovido para Bispo. Enquanto que nesse mesmo momento Evey foge e vai para casa de seu patrão Gordon Deitrich para não ser perseguida e presa pelos Homens-Dedos. Na casa de Deitrich, Evey descobre alguns segredos revelados pelo próprio Deitrich, como forma de acalmá-la, caso os Homens-Dedos, forem a casa dele a procura dela, ela seria a coisa menos importante para eles, isso porque na casa de Deitrich havia escondido uma versão do alcorão, livro sagrado islâmico do século 14, uma foto do Chanceler Sutler sendo ridicularizado com o lema “E Deus salve a Rainha” e umas fotos proibidas de erotismo. Enquanto que os agentes Finch e Dominic tentam decifrar mais um enigma relacionado ao paladino mascarado V, descobrem que Lewis Prothero, havia sido um importante empresário acionista de uma empresa farmacêutica chamada Viadox, e ficam surpreso ao vasculharem a ficha militar de Prothero e ao descobrirem que no currículo havia participações dele em combate no Iraque, Curdistão entre outros países, e mais surpresos ao descobrirem sua participação no comando no Centro de Detenção Larkhill, indo mais a fundo n a investigação, descobrem que o local tinha sido desativado há muitos anos depois de um incêndio, e com informações muito vagas, eles tentam decifrar que ligação tinha Prothero com V a Larkill, até finalmente acharem no arquivo público o dossiê sobre Larkhill, e lá descobrem mais duas pessoas, o Padre Lilyman, já morto por V e uma médica responsável pelas medicações dos detentos de Larkhill, essa tal era doutora Diana Staton, que eles nem imaginavam estarem o tempo todo perto delas, pois era a responsável pela autopsia do Padre Lilyman, usando uma nova identidade, a Doutora Della Suridge(Sinead Cursack), dos quais eles descobrem tarde demais, no momento que chegavam ela já estava morta no seu quarto pelo V, com a rosa vermelha Scarlett Carson, e ao vasculharem a casa dela, Finch e Dominic descobrem um diário contando os segredos e todo o relatório da rotina dela no Centro de Detenção Larkihill, contando como acontecia a vinda de cada novo individuo, como eram tratados de forma desumana, como recebiam as dosagens de vacinas aplicadas por eles, para eles servirem de cobaias para o desenvolvimento de arma biológica altamente poderosa, como todos morreram e foram enterrados, e chegava até a relatar o próprio desprezo que ela mesma sentia por aqueles indivíduos, vistos como os subversivos pelo então imposto novo governo do atual Chanceler, pessoas que representavam a camada dos negros, dos judeus e dos homossexuais, e o mais impressionante nisso tudo é eles descobrirem que a respeito de um paciente de Larkhill, que tinha adquirido uma força descomunal com a medicação injetada por ela, esse tal paciente do qual ela se refere apenas como Paciente do Quarto 5, cujo numeral da cela era identificado como V, numeral do algarismo romano, sendo daí a origem para seu nome, onde relata que foi esse paciente que num certo dia 5 de Novembro, com sua tremenda força descomunal que chegando ao ponto de fugir ao controle de todos de Larkhill, provocou a destruição total do local, causando o incêndio, onde chega até a descrever que chegou a observar os seus olhares cheios de amargor, e que naquele incêndio o deixou todo o seu corpo queimado. E nesse diário Stanton termina com um lamento descrevendo assim: “O que foi que eu fiz”. É nisso se descobre qual a misteriosa origem do mascarado V e de onde ele tirou esse codinome. Enquanto que Evey, ainda vivendo abrigada na casa de seu patrão Deitrich, fica espantada ao ver junto com ele na televisão, o programa que ele havia produzido ridicularizando o Chanceler Adam Sutler sendo perseguido pelo mascarado V, em rede nacional, fazendo toda a população londrina pela primeira vez ter o direito de ter a liberdade de poder debochar do Chanceler, naquela mesma noite em que o programa foi ar, apareceram os Homens-Dedos, comandados por Perter Creedy( Tim Pigot-Smith), que o acabam rendendo e prendendo, e Creedy faz até o comentário irônico: “E teve graça agora?”. Já Evey tenta fugir, escondida, mas acaba sendo pega, e mandada para a detenção, sendo torturada, fisicamente e psicologicamente para tentar dar informações para os agentes sobre o que ela sabia de V, teve até a cabeça raspada, e no meio de todo essa situação ela acaba achando na sua cela, dentro de um buraquinho onde entrava um ratinho, um pedacinho de papel higiênico onde estava escrito a mensagem de uma mulher de nome Valerie, uma prisioneira morta no Centro de Detenção de Larkhill, e que na mensagem ela contava todo o drama que passou antes de ser mandada para lá, na mensagem ela descreve onde nasceu, que foi em Nottigham no ano de 1985, que do pouco que lembrava de sua infância, lembrava da fazendo de sua avô e que quando chovia sua avô dizia que “Deus estava na chuva”, descreve de seu tempo de colégio, relata que quando foi aprovada para o curso secundário, lá havia conhecido Sarah, a sua primeira namoradinha, já apresentando sinais de interesse por meninas e não por meninos. Valerie também relata na mensagem que o namoro dela por Sarah no colégio, teve de ser interrompido porque o diretor havia dito que isso era só uma fase e que elas superariam. Foi o primeiro sinal de preconceito que ela teve de lidar quando descobriu sua opção sexual, mais para frente ela relata que na adolescência quando chegou para os pais e teve a coragem de apresentar sua então namorada Christina, a reação dos pais não podia esperar por outra coisa a não ser de repulsa, de nojo, com aquele tipo de situação vendo a queridinha deles que eles carregaram ainda bebê virar uma mulher amando outra mulher, e com isso os pais a mandaram para fora de casa. O mais curioso disso tudo foi quando ela relatou que já adulta, ao virar atriz durante as filmagens de “Sal de Prata”, foi lá que ela conheceu sua última parceira Ruth. Na mensagem Valerie descreve que Ruth, foi sua grande parceira que passou a dividir o apartamento e junto com ela colheram flores Scarlett Carson e toda uma rotina da qual elas passaram a adquirem juntas e felizes, até chegar o momento em que quando elas acompanharam pela TV, a subida ao poder de Adam Sutler, as ideias de intolerâncias sociais, propagadas pelo Fogo Nórdico, passaram a viverem assustadas, e relatou que no dia em que a Ruth estava na rua, fazendo a feira, e de repente foi pega pelos Homens-Dedos, ela chorou muito, e pouco tempo depois foi a vez dela dentro de sua casa, e a mensagem de Valerie termina com relato de sua sofrida rotina no Centro de Detenção de Larkhill, de onde ela passaria seus últimos momentos de vida, sendo torturada, violentada, espancada, recebendo altas dosagens de substancias e de quando achou dentro de uma privada um papel de higiênico de onde decidiu relatar a sua única autobiografia. E então dias depois Evey já exausta de tanto ser torturada acaba se surpreendendo ao se liberada, e então a medida que caminha livremente pelos corredores sem ser abordada pelo Guarda, e quando se aproxima e vê que ela era apenas de borracha, e ao passar na porta e de repente se deparar na mansão de V, ela então fica bastante indignada e horrorizada, ao notar que tudo aquilo do qual ela havia passado era tudo uma farsa, plantada por ele, mas depois se sentindo grata resolve entregar a tal mensagem de Valerie que ela teria imaginado que fosse uma coisa inventada por ele, então V decide mostrar uma coisa para provar que tudo aquilo era verdade, e ela fica convencida no momento em que observa pendurada na parede da sala, o cartaz do filme “Sal de Prata”. V justifica que fez isso fazendo com que ela sentisse um pouco na pele, o que ele passou em Larkhill, e do que resultou para que ele se transformasse daquele jeito, citando o principio básico de que toda ação gera uma reação. Então V mostra para Evey a chuva no telhado de sua mansão, e ela então lembra do que Valerie escreveu: “Deus estava na chuva”. Então aos poucos os quebra-cabeças vão desenvolvendo todo o desenrolar do filme, principalmente no momento em que Finch e Dominic vão atrás de um tal de Roockwood, último sobrevivente do Vírus da Escola de St. Marys, o mesmo onde o irmão de Evey havia morrido em consequência desse vírus, eles encontram esse tal sujeito no memorial dedicado às vitimas do incidente, onde de uma forma enigmática da ligação daquele incidente, com a contaminação da água em Three Waters, uma bomba na estação de trem de Londres, rebelião no King´s Hospital, e juntando a cura financiada por Lewis Prothero, que ajudou a levar Adam Sutler a comandar o país, eles nem imaginam que esse tal de Roocwood era na verdade V, e quando descobrem já era tarde, muito depois de constatar que o verdadeiro estava morto. E nisso Finch acaba chegando a conclusão que tudo isso que ele estava planejando fazer é com o intuito de gerar o caos. E é justamente isso o que acontece no momento em que todos recebem em suas casas, a encomenda das máscaras de Guy Fawkes, usadas pelo V, há até um momento em que um assaltante numa conveniência chega a falar: “Anarquia no Reino Unido”. E vai ser nessa situação caótica que V botará em prática o seu plano de dar fim ao regime totalitarista do Chanceler Adam Sutler, pedindo para que Creedy, mandasse os seus Homens-Dedos, levar até ele o próprio Chanceler para matá-lo no esgoto, enquanto o Chanceler discursa na TV em rede nacional, e ninguém, praticamente ninguém assiste, e nesse momento era levado acabado e ensanguentado, V então dá os seus últimos golpes, e é próprio quem dá um fim no Chanceler, depois disso Creedy manda os seus Homens-Dedos atirarem sem parar em V, ele em nenhum momento em que recebe os tiros reage, então acontece o inesperado, depois de ter sido atingido pelos tiros, V ainda utiliza forças para praticar os seus últimos golpes de artes marciais e enfiando suas facas em cada um dos Homens-Dedos, até que no final quando só restou Creedy, que tentando desesperadamente eliminá-lo dando muitos tiros, e chega ao cúmulo de gritar falando: “Porque você não morre?” Então V se aproxima dele e o enfia sua faca em Creedy dando fim então a ele e ao sistema totalitarista que há anos vinha governando a Inglaterra, e ao mesmo tempo acabado, ainda utiliza as últimas forças para chegar até o trem cheio de explosivos de nitrogênio, que seguirá em direção para o Big Ben, ele então pede para que Evey se incumbisse dessa missão final sua, ao mesmo tempo a população inteira de Londres, utilizando da fantasia de V, anda em plena noite em direção ao Big Ben, o exercito chega a ficar de guarda para ficarem atentos a qualquer sinal de proximidades, mas eles acabam sem terem como agirem pois não conseguiam terem contato nem com o Chanceler, e muito menos com Creedy. E dessa forma sem ter como reagirem, eles acabam deixando todas as pessoas passarem tranquilamente sem receberem sequer um tiro, e dessa forma que o general, responsável pelo comando das tropas, completamente sem acreditar no que estava vendo fala assim: “Pelo sangue de Jesus Cristo”. Enquanto isso, Evey se prepara para ligar o motor do trem, com V deitado sem vida, acompanhado de muita dinamite, no momento em que pega na alavanca, ela chega a ser interrompida por Finch, aparece tentando rende-la impedido que ela prosseguisse com o plano de V, mas determinada a cumprir ela então desobedece às ordens de Finch, e liga a alavanca do trem. O trem parte em direção ao Big Ben, tocando a “Abertura 1812”, famosa obra-prima de Tchaikovsky, que era sua música preferida chegando até o Prédio gerando com todos ali em frente naquela marcante noite de 5 de Novembro, onde para todos ali será para sempre lembrada como o dia em que eles se libertaram de uma tirania, foi nessa cena final que Finch pergunta então para Evey sobre quem era ele, e Evey responde a pergunta de Finch o definindo em diferentes aspectos: “Ele era Edmound Dantes(personagem principal de “O Conde de Monte Cristo” seu filme favorito), Era meu pai, minha mãe, minha irmão, era eu, era você(Evey se referindo a Finch), ele era todos nós”. E nesse mesmo momento o filme com Evey fazendo a seguinte narrativa: “Ninguém jamais esquecerá aquela noite e o seu significado para o pais. Mas eu nunca me esquecerei do homem e do que ele significou para mim”. E pronto acabou o filme. V de Vingança que faz uma interessante abordagem a respeito do que uma pessoa é capaz de fazer quando sofre uma injustiça, ao ser levado pelo sentimento do ódio, até que ponto podemos justiça com as nossas próprias mãos. Como é o caso do próprio herói mascarado, se for fazer uma comparação dele com outros heróis dos quadrinhos, como as editoras americanas de Marvel e DC, ele tem como diferencial o fato de ser um sujeito muito cheio de mistérios, ele se encaixa como um exemplo de ser social, que pela circunstancia em que passou esqueceu-se de suas próprias origens, o mistério sobre suas origens ocultas, o fato de não saber qual sua verdadeira identidade, de onde nasceu, que idade aproximada ele teria, quem seriam os seus pais, ou que levou ele para ser preso no Centro de Detenção de Larkhill, para ser cobaia de um experimento cientifico, que o fez adquirir uma força e habilidade descomunal, a ponto de se tornar um importante um paladino mascarado com o objetivo de acabar com o sistema político autocrático imposto numa Inglaterra do futuro. A ideia como eles colocaram essa Inglaterra futurista, como o enredo do filme satiriza a ideia de regime autocrático tem uma livre inspiração no romance “1984” de George Orwell. A ideia dos segredos é o que torna “V de Vingança” até certo ponto semelhante com “A Vila”, onde o principal segredo desse consistia no mistério da figura demoníaca que amedrontava o povo daquele vilarejo que aparentemente vivia um modo de vida do século 19, mas na verdade eles viviam na contemporaneidade, e os únicos que sabiam desse segredo eram os próprios anciões fundadores do lugar, onde pela única foto que eles carregaram num baú, mostrando uma foto deles trajando roupas contemporâneas, em frente a um centro de ajuda,e lá encontraram uma maneira de viverem sob um modo de vida mais sossegado e procurando a inocência junto com a ignorância, até o momento em que ocorre o incidente de Lucius Hunt ser atingido por uma faca pelo Noah Percy, ficando entre a vida e a morte. V de Vingança em carrega muitas referencias a muitas obras literárias famosas, como por exemplo cita “Machbeth”, importante obra teatral de William Shakespeare ao falar assim: “Faço tudo que faz um homem. Quem faz mais deixa de sê-lo”. Ou mesmo se referindo a” Um conto de Natal “de Charles Dickens, o seu herói preferido Edmond Dantes de “O Conde de Monte Cristo”, livro do francês Alexandre Dumas, também há uma citação de “Fausto” de Goethe com sua frase em latim com iniciais que estavam escritas assim: “Viveris Veniversum Vicius Vici”, frase que estava escrita em seu espelho, que Evey lê no momento em que estava fazendo uma limpeza e o próprio V traduz assim: “Através da verdade, enquanto vivi, eu conquistei o universo”. Isso é um dos fatores que torna o filme bom para se assistir de diferentes maneiras, sobre diferentes aspectos, sobre diferentes óticas, para assim se poder analisar e refletir sobre diferentes questões abordadas no filme, e o foco está na questão política autocrática botada em prática, se como abordei anteriormente em “A Onda”, mostrava como ela poderia surgir, V mostrou como ela pode acontecer de uma maneira muito pior como já aconteceu na História, como o fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, do qual esse faz uma clara alusão, o Chanceler Sutler é praticamente uma sátira a Hilter, assim como o seu partido Fogo Nórdico ser uma sátira ao nazismo, implantado na Alemanha a partir do começo da década 1930, perdurando até o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, com a morte de Hitler. Em resumo, pode-se dizer que a ideia transposta pelo filme, utilizando até de muitas licenças poéticas, é justamente de como é possível acontecer ainda em uma época futura como bem idealiza o filme, a imposição de um sistema político de autocracia, de que maneira pode surgir, e quais argumentos e quais situações podem levá-lo a ser colocado na prática. E sendo num mundo futurista que remete muito a obra de Orwell, 1984, onde o Chanceler Sutler, mas parece fazer uma referencia ao Grande Irmão, e a forma como eles controlam os passos dos cidadãos. E ainda por cima o filme também traz a reflexão de como e até onde uma pessoa seria capaz de chegar ao seu objetivo de querer fazer justiça com as próprias mãos? Até onde você chegaria? O próprio personagem no filme tem interessantes frases reflexivas como, por exemplo: “Você tanto uma mascara que acaba esquecendo de quem você é.” “A Anarquia ostenta duas faces. A de destruidores e a de Criadores. Os Destruidores derrubam impérios, e com os destroços, os Criadores erguem mundos melhores.” “Não existe coincidência, apenas a ilusão da coincidência.” “O povo não deve temer seu Estado. O Estado deve temer seu povo.” “Por baixo dessa carne existe um ideal, e as ideias nunca morrem.” "Um homem pode morrer, lutar, falhar, até mesmo ser esquecido, mas sua idéia pode modificar o mundo mesmo tendo passado 400 anos." "Ainda que nossa integridade valesse pouco, era tudo o que tínhamos" "Suas bombas não matam nossa fome, mas alimentam nossa desgraça." “Igualdade, justiça e liberdade são mais que palavras; são perspectivas!" “Os artistas usam a mentira para revelar a verdade, enquanto os políticos usam a mentira para esconde-la.” FONTE: http://pensador.uol.com.br/v_de_vinganca_frases/ Bom com isso que encerro a minha descrição sobre esses dois importantes filmes, recomendando para quem nunca assistiu, e para quem já tinha assistido ambos, que assistem porque as tramas deles valem a gente poder olhar diversos olhares reflexivos. E ainda mais carregando belíssimas trilhas instrumentais que dão a emoção em cada um dos filmes. “A Vila”, carrega uma bela trilha composta por James Newton Howard que tem toda uma atmosfera e suspense que dão o tom do filme, e em “V de Vingança” o destaque é a bela ópera de Tchaikovsky, que se encaixa bem ao perfil, a essência e aos ideais que o herói mascarado carrega, e não é só ele, como também cada um de nós.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A VILA E V E V DE VINGANÇA: DOIS FILMES REFLEXIVOS PARTE 1

Durante duas semanas, fiquei exaustivamente assistindo dois interessantes filmes em casa em DVD, emprestado por um amigo do Pilates, cujos enredos carregam diferentes abordagens, mas em comum carregam toda uma atmosfera cheia de segredos, ambos não são produções recentes e ambas em diferentes momentos, eu havia assistido apenas uma vez, estou falando de “A VILA” e “V DE VINGANÇA.”




A VILA E A ANTROPOLOGIA.
O filme “A Vila”, uma produção norte-americana do gênero suspense dirigida, produzida e roteirizada por M. Nigth Shyamalan, o mesmo responsável por “O Sexto Sentido”(1999), filme que representou um marco importante para sua carreira, pois ele foi como posso descrever, um divisor de águas, a partir dele que o diretor passou a firmar seu nome em Hollywood, isso porque ele arrancou uma ótima bilheteria, foi a segunda maior bilheteria nos Estados Unidos, onde contava a incrível saga do psicólogo infantil Malcom Crowe, papel de Bruce Willis, que um ano depois protagonizaria outro filme do diretor, o mediano “Corpo Fechado”(2000), se envolve, quer dizer mais do que se envolve resolve abraçar com dedicação o caso do garoto de 8 anos Cole Sear, papel de Haley Joel Osment, cujo bom desempenho no papel, rendeu para o filme uma situação até inusitada, isso porque Haley Joel Osment se tornou digamos assim, então com apenas 11 anos o ator mais jovem a concorrer a estatueta de melhor ator. Não era para menos, até porque o menino soube desempenhar o papel do perturbado menino que apresenta dificuldades em seu entrosamento de convívio escolar e sofre constantes perturbações por ver os mortos, usando sempre a famosa fase que dava medo para qualquer um: “Eu vejo gente morta”, representou um marco importante para o diretor, ele nesse filme começou a mostrar a que veio, com um estilo de suspense muito peculiar.






Bom, mas voltando a falar de “A Vila”, lançado nos cinemas em 2004, esse interessante filme, do qual eu pessoalmente só tinha assistido apenas uma vez, durante uma aula em minha Universidade, quando paguei a disciplina de Antropologia Cultural, graduando o curso de História, no Segundo Semestre de 2006. Quando esse meu amigo me emprestou esse filme para eu poder apreciar, eu assim fiquei bastante lisonjeado, em ter o privilegio de assistir de novo e observar momentos e cenas das quais eu pouco lembrava. Foi algo fascinante observar nesse filme que carrega um elenco brilhantemente de peso: Sigoruney Weaver, ( a eterna Tenente Ripley do clássico terror mesclado com ficção cientifica “Alien-O Oitavo Passageiro” em 1979, no papel de Alice Hunt), William Hurt(Ganhador do Oscar de melhor ator por “O Beijo da Mulher-Aranha” em 1985, no papel de Edward Walker), Joaquin Phoenix( que para mim sempre será lembrado como o inescrupuloso Imperador Romano Cômodus de “Gladiador” em 2000, no papel do ferreiro Lucius Hunt, filho de Alice Hunt), em seu segundo filme dirigido por M. Night Shymalan, o primeiro fora em “Sinais”(2002) e Adrien Brody(Ganhador do Oscar de melhor ator pelo seu bom desempenho interpretando Wlajslav Spilzman, o pianista polonês em sua difícil trajetória durante a Segunda Guerra Mundial, em uma Polônia devastada, em “O Pianista”em 2002, no papel de Noah Percy, um rapaz que sofre de sérios transtornos mentais.)



A Vila tem uma interessante característica, onde como eu já havia explicado antes, além de girar em torno da atmosfera dos muitos segredos, também gira em torno da ideia de “As Aparências Enganam”. Como assim, primeiramente que a história do filme do começo ao fim, aparentemente gira em torno da característica de mostrar um povoado da Pensilvânia, vivendo de uma maneira como era no século 19, mostrando como é eles viverem nesse vilarejo completamente isolado das coisas da modernidade, onde eles não usavam de dinheiro, sobreviviam apenas da terra e da criação de animais, aparentemente a trama do filme parece girar em torno de ser ambientado em uma época do século 19, pela forma das vestimentas simplistas que o povo camponês desse vilarejo se veste e também pelas ideias conservadoras de preservarem a inocência através da ignorância, o modo de vida deles nesse lugar era tão conservador, que eles nunca deixam as pessoas saírem de seus limites, a quem eles se referem como as outras cidades. O local é administrado por conselheiros, entre eles está Edward Walker(Willian Hurt), pai de Kitty e Ivy, uma jovem cega, que nutre um amor pelo ferreiro Lucius Hunt(Joaquin Phoenix), filho de Alice Hunt(Sigourney Weaver), uma das conselheiras da vila, que no primeiro momento do filme ele passa pela inusitada situação de ser pedido em casamento por Kitty(Judy Greer), mas acaba se recusando, quando o seu coração bati forte a era por Ivy(Bryce Dalla-Howard). Ivy e Lucius são os únicos nessa vila que se interagem com Noah Percy(Adrien Brody), um sujeito que sofre de um desequilíbrio mental, e que sente uma forte atração platônica por Ivy. Em todo o contexto envolvendo os personagens da trama também ocorre o pânico de todo o povoado em decorrência das estranhas aparições de animais multilados, eles estariam todos ligados à figura de uma horrenda criatura demoníaca da qual todos ali tem o maior pavor, essa tal criatura se trata de ninguém mais, ninguém menos do que “Aqueles que não Mencionamos”, ele é como se fosse um Lobisomem, com capa vermelha e com garras, que é o responsável por apavorar todos desse povoado, que me faz remeter ao Chupa-Cabra, uma misteriosa criatura cujos relatos ocorreram em meados dos anos 1990, em vários países do continente americano, Estados Unidos, Brasil, México,Nicarágua, Chile e cujo primeiro ataque registrado aconteceu em Porto Rico, em Março de 1995. Criatura lendária, que assim como “Aqueles que Não Mencionamos”, também atacava vários animais de regiões rurais, entre esses animais mortos estavam na maioria as cabras com as marcas de dentadas no pescoço e com seu sangue alegadamente drenado, daí ter inspirado o nome da lendária figura de “Chupa-Cabra”, daí o porque eu fiz essa comparação com o “Aquele que não Mencionamos”. O medo que todos têm por essa tal criatura demoníaca é tamanha, que toda que eles olham alguma coisa de cor vermelha, fica logo com medo, achando que podia ser a presença de “Aqueles que não Mencionamos”, é tanto que numa cena mostrando duas mulheres passando a vassoura na varanda da casa delas, ao verem uma rosa vermelha bem próxima da casa dela, a arranca da terra e resolve enterra-la. Em contrapartida, os habitantes do lugar ao vagarem pela floresta de folhas secas próximas da vila, usando capas de cor amarela, numa bela brincadeira de cores que o filme faz entre essas duas cores que simbolizam tudo ligado as cores quentes. A criatura responsável por amedrontar todos na vila, denominada de “Aqueles que não mencionamos”, é um dos quebra-cabeças que enchem toda a atmosfera cheia de segredos envolvendo todo o enredo de “A Vila”. O filme apresenta cada momento curioso que apresenta um quebra-cabeça atrás do outro, para que o espectador fique tentando decifrar os muitos enigmas dos segredos escondidos em cada membro daquele povoado, e principalmente em se tratando da lendária figura demoníaca dos “Aqueles que Não Mencionamos”, os animais, a maioria morta e sem suas lãs. Outro momento do filme que também é cheio de quebra-cabeças, é quando o ferreiro Lucius Hunt, ao observar Noar carregar em sua mão, uma fruta vermelha, cor da qual naquele lugar não é permitido olhar por simbolizar a demoníaca criatura com capa vermelha, e achando estranho o fato daquele tipo de fruta não ser comum lá dentro, ele resolve então perguntar para Noah de onde ele achou, e Noah responde que o encontrou fora dos limites do povoado, então Lucius resolve investigar e vai até a inóspita Floresta de Corvinton, e lá fica intrigado ao ver no local onde estão colhidas as frutas vermelhas, tem um desenho muito estranho, simbolizando alguma coisa que foi criada por “Aquele que não Mencionamos”, e resolve tenta várias vezes em vão pedir permissão aos Conselheiros da Vila, para ir ao que eles denominam de as outras cidades para descobrir tudo de mais estranho naquele local, que antes daqueles acontecimentos era tranquilo e harmonioso. Em outro momento do filme, o espectador fica sabendo de outro quebra-cabeça, que é quando a Senhorita Clark, uma das Conselheiras da Vila, no momento em que estava sentada junto com Ivy, no jardim da vila, na espera pela cerimônia do casamento de Kitty Walker, irmã mais velha de Ivy, ela então ouvi a Senhora Clark lhe contar o segredo que a irmã dela havia assassinada quando tinha 23 anos. Horas depois já depois já na hora da cerimônia do casamento de Kitty, enquanto que todos ali estavam felizes, dançando alegremente, acontece o inesperado, que é quando todos ouvem o barulho do vulto, um uivo que dava sinal de que o “Aquele que não Mencionamos” estava ali presente, o pavor é tamanho, quando todos saem da cerimônia ficam pasmos ao verem as todas às ovelhas completamente multiladas, provavelmente pela criatura a quem todos no vilarejo morrem de medo. Em paralelo, a todos esses acontecimentos, Lucius Hunt e Ivy Walker, acabam declarando-se um para o outro, e resolvem então anunciar para todos na vila que iriam se casar, é nesse momento que a irmã de Ivy, Kitty chega para ela e conformada com a situação, abre o jogo sobre os seus sentimentos por Lucius, e sem guardar mágoa por ter sido recusada por Lucius, e vê ele se casar com Ivy, resolve desejar felicidade para irmã, quanto que Lucius, recebe em sua casa, a visita de Noah Percy, que inconformado com a noticia do casamento dele com Ivy, resolve matá-lo enfiando uma faca em Lucius, que o coloca entre a vida e a morte. É a partir desse momento que dá inicio ao momento mais tenso do filme, onde no momento em que todos no vilarejo ficam pavorosos ao saber que Noah tinha esfaqueado alguém, mas não disse quem era Ivy começa a deduzir que era Lucius, e ela então resolve correr em direção a casa dele numa bonita cena bem enquadrada e cheia de emoção. E ao chegar lá e sentir ele caído no chão, Ivy vai então até a casa de Noah, onde ele então vivia enclausurado desde o momento do fatídico acontecimento, e indignada, dá uns tapas na cara dele, e a partir desse acontecimento que se dá inicio ao desenrolar de toda a trama, onde Ivy resolve em nome do seu forte sentimento de amor por Lucius pedir permissão aos Conselheiros, para ir as outras cidades e buscar uma medicação para só assim poder recuperar a vida dele, todos se mostram contrários, menos o seu pai Edward Walker, que resolve também revelar para Ivy, todos os segredos envolvendo eles e todos que fundaram a vila, é partir daí que vai se montando todos os quebra-cabeças, que gira em torno do filme, um deles é quando Edward ao levar Ivy para uma cabana abandonada, e ela então ao tocar numa figura com garras, entra em pânico ao pressentir que só podia ser “Aqueles que Não Mencionamos”, é nesse momento que o pai dela a revela que aquilo não é real, a figura daquela foi uma criação dos Conselheiros, como forma de impedir que todos saíssem da vila, Edward já tinha ouvido da lenda dessa tal criatura na época em que lecionava História na Faculdade da Pensilvânia, e dessa maneira ele então esclarece para Ivy como surgiu a ideia dessa criatura para o povoado. E também revela que os acontecimentos das mutilações dos animais foram feitas por eles para assim colocar mais pavor em todos do povoado. Ao ouvir todas essas revelações, Ivy fica indignada ao saber que tudo ali não passava de uma farsa.




E assim dá-se inicio a jornada dela para entrar na inóspita floresta, cheia de galhos e folhas secas, o que já dava uma pura atmosfera de medo, para assim poder cruzar a fronteira e pegar a medicação para Lucius, enquanto que Edward leva a maior bronca dos outros Conselheiros da Vila, por ter permitido aquele tipo. Ivy na sua jornada caminhando pela apavorante floresta, começa a sentir a sensação de estar sendo perseguida por “Aquele que Não Mencionamos”, a perseguição dele por Ivy gera o momento do filme marcado por longas cenas de pura emoção, perseguição, suspense, pânico, medo e tensão, que termina no momento em Ivy ao sentir que estava próxima do mesmo buraco onde havia caído anteriormente, fica parada até a hora em que ao sentir a aproximação da criatura se afasta do buraco e deixa essa criatura cair no buraco, e então o espectador acaba sabendo que a pessoa por trás daquela fantasia era Noah, que adquiriu ao saber que debaixo de sua casa havia uma fantasia dessa criatura, e a usou para botar medo e perseguir, enquanto, vai continuando sua jornada atrás da medicação para salvar a vida de seu amado Lucius, nesse mesmo momento, o espectador fica sabendo a revelação de um outro segredo envolvendo todos os membros do Conselho do Vilarejo, é quando Edward e outra companheira do Conselho, fecham a porta de sua casa, mexem numa caixa, que escondia como segredo uma foto com ele e todos os membros do Conselho do Vilarejo, aparecem em frente a um Centro de Ajuda, trajando roupas contemporâneas, fica claro que foi onde todos haviam se conhecido quando tinham passado cada um por dramas difíceis, como por exemplo, a Senhorita Clark, ter tido uma irmã morta assassinada, Edward vê o pai morrer por causa do dinheiro, entre os mais diversos exemplos, fica claro que a história aparentemente ambientado no século 19 é na verdade contemporâneo , é a prova disso, é no momento onde Ivy consegue pular o muro que a leva para as outras cidades, e nesse mesmo momento ela é parada por um Guarda Florestal , que dirigia um carro que tinha o curioso nome de Reserva Florestal Walker, com muita insistência ela consegue convencer o guarda que precisava de uma medicação para levar para Lucius e termina o filme mostrando ela finalmente conseguindo levar a medicação até o seu amado Lucius. Pode-se dizer no contexto geral a respeito do filme, que como eu já havia descrito desde o começo, as aparências enganam, por trás de toda essa atmosfera sobrenatural, por trás do modo dos figurinos de época, o filme guarda toda uma atmosfera cheia de muitos mistérios, muitos segredos. Pode-se avaliar pelo ponto de vista antropológico, o filme passa uma interessante ideia de retratar como que ainda em pleno século 21, existem povos em diferentes países que vivem longe de todos os recursos da modernidade, como os mostrados no filme, e dentro de um país de primeiro mundo como os Estados Unidos, ainda existem povoados que ainda vivem dessa maneira antiga, vestindo roupas do século 19, e vivendo sobre um modo de vida puritanista, conservador, paternalista, como retratado no filme. Um povo, que gosta de viver uma vida pacata, harmoniosa, preservando a inocência através da ignorância, num ponto de vista mais antropológico. O filme tecnicamente é brilhante, principalmente no aspecto visual, numa brincadeira entre o vermelho e o amarelo, a paisagem da floresta sem vida, cheia de lama, com galhos e as folhas secas, carrega no filme um aspecto visual de uma característica de filme assombroso, o que torna junto com a criatura sobrenatural, que na verdade era uma pura invenção dos Conselheiros, a ideia de um suspense apavorante. É no aspecto do ponto de vista do enredo, ele também é ótimo, principalmente na ideia de mostrar como o amor não tem barreiras, sentimento que é bem mostrado no ferreiro Lucius Hunt, pela jovem cega Ivy Walker, e o que mais me admira no filme, foi ver como a própria Ivy, mesmo sendo cega, soube mostrar coragem enfrentar qualquer obstáculo em nome do seu amado Lucius. Um filme bacana, que merece ser visto e revisto. Bom é isso o que posso colocar sobre a minha impressão de “A Vila”.